O mutirão de notícias sobre a varíola do macaco tem gerado uma série de preocupações na população. Apesar dos números de casos da doença terem diminuído aqui no Brasil, os riscos ainda são reais.
Logo, é importante saber o que é, quais os sintomas e como evitar a doença. Para isso, basta continuar com a leitura deste conteúdo!
O que é varíola de macaco?
O vírus que causa a varíola dos macacos é o monkeypox. Apesar de ser clinicamente menos grave, ainda é considerada uma zoonose viral porque os sintomas são similares aos observados em pacientes com varíola.
O vírus é transmitido de animais para humanos. Vale enfatizar que os macacos não são os responsáveis pela transmissão do vírus, na realidade, eles são vítimas assim como nós.
O nome “monkeypox” é porque o vírus foi descoberto pela primeira vez em macacos, em um laboratório da Dinamarca em 1958. O primeiro humano registrado foi descoberto em 1970 na República Democrática do Congo, em uma criança. Atualmente, segundo esclareceu a OMS, a maioria dos animais suscetíveis a esse tipo de varíola são roedores como ratos e cão-da-pradaria.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o período de incubação da varíola dos macacos é tipicamente entre seis e treze dias, mas pode variar de cinco a vinte e um dias.
A transmissão se dá através do contato próximo com feridas, fluidos corporais, gotículas respiratórias e objetos contaminados, como roupas de cama. E, de acordo com a OMS, a transmissão de humano para humano está acontecendo entre pessoas que estão fisicamente próximas umas das outras e têm casos sintomáticos.
Como saber se estou com varíola do macaco?
O teste PCR é usado para diagnosticar a doença, o mesmo teste usado para o COVID-19. Devido à ferida conter material viral, em vez de ser inserido nas narinas, o cotonete é colocado na ferida. Infelizmente, não existem muitos laboratórios no Brasil que prestem este serviço.
Quais sintomas da varíola do macaco?
Os sintomas variam conforme o ciclo de infecção, que ocorre em três estágios diferentes:
Período de incubação
Durante esse estágio, o paciente não apresenta qualquer sintoma. O período normal de incubação do vírus é de 5 a 21 dias, só que pode variar de pessoa para pessoa.
Início dos sintomas
Ao término do período de incubação, os sintomas iniciais aparecem. Isso normalmente ocorre entre o sétimo e o décimo sétimo dia após a contaminação.
É normal que os pacientes apresentem:
- Febre alta;
- Mal-estar;
- Dor de cabeça;
- Dor de garganta;
- Dor nos gânglios do pescoço, virilha e axilas.
Também é possível que alguém não sinta nada ou sinta um ou outro sintoma. Vale notar que a pessoa começa a espalhar a doença durante esse estágio.
Surgimento das lesões
As lesões começam a aparecer na pele um a três dias após o início dos sintomas, especialmente nas seguintes regiões
- Cabeça;
- Nariz;
- Testa;
- Mão;
- Pé;
- Genitália.
A princípio, são similares a uma espinha. Com o tempo, as bordas começam a subir, parecendo mais com um vulcão.
As lesões caem e deixam uma cicatriz na pele, principalmente em pessoas que tomam muito sol ou têm a pele mais escura. Essa evolução não ocorre ao mesmo tempo, e a doença permanece ativa ao passo que surgem novas lesões, por mais que as antigas já tenham caído. Esta fase da transmissão do vírus pode durar até 21 dias.
Como tratar a varíola do macaco?
Como os sintomas da doença desaparecem após algumas semanas, normalmente não é necessário administrar um tratamento específico para a varíola do macaco. Em algumas circunstâncias, o médico pode aconselhar o uso de medicamentos para aliviar os sintomas mais rapidamente.
Também é crucial que a pessoa fique sozinha para evitar que a doença se espalhe para outras pessoas; em alguns casos, pode até ser necessário que a pessoa fique internada no hospital.
No Brasil, a Anvisa aprovou o uso do medicamento antiviral Tecovirimat, que já está em uso para tratar a infecção.
Quando um paciente é hospitalizado, o médico pode recomendar Tecovirimat quando se tem evidência de RT-PCR positivo do vírus do macaco e apresenta a forma mais grave da doença, que inclui um ou mais dos seguintes sintomas:
- Inflamação do cérebro (encefalite);
- Pneumonite;
- Mais de 200 lesões pelo corpo;
- Grande lesão na boca, o que atrapalha a beber água e comer;
- Lesões externas na mucosa anal e retal, com risco maior de infecção secundária;
- Lesão ocular.
Pessoas com peso inferior a 13 kg, alergia ao tecovirimat ou qualquer outro ingrediente da fórmula e não concordaram com os termos de uso do medicamento não devem usar este medicamento.
Cuidados recomendados
O risco de desenvolver sintomas mais graves pode ser maior em crianças, grávidas e pessoas com deficiências imunológicas.
A recomendação do Ministério da Saúde é que os cuidados em relação à população de risco sem sinais graves, como o local de isolamento, precisam ser avaliados caso a caso.
Aconselha-se que os doentes com boa saúde geral e que não pertençam à população de risco recebam tratamento sintomático. E, o paciente deve ser mantido isolado até a liberação dos resultados laboratoriais, de preferência em ambiente doméstico.
Em seguida, o paciente deve fazer uma nova avaliação médica para receber orientações sobre o tratamento.
Na medida do possível, é preciso cobrir as lesões na pele com o uso de camisas de mangas longas e calças, bem como reduzir o contato com outras pessoas. É preciso trocar as roupas se ficarem sujas e higienizá-las separadamente.
O paciente deve evitar tocar em suas feridas e evitar, por exemplo, colocar as mãos perto da boca ou dos olhos para reduzir a chance de contaminação de outras partes do corpo.
Também é crucial que o paciente abster-se de coçar as suas feridas. Se tocar uma ferida, é preciso lavar as mãos com água e sabão e usar álcool em gel para evitar a contaminação de outras áreas do corpo.
Quanto tempo cura a varíola do macaco?
A varíola do macaco tem cura, portanto não é preciso ter um tratamento específico, pois o próprio corpo tende a eliminar o vírus após 4 semanas.
Enfim, agora que você já sabe o que é e como funciona a varíola dos macacos, não deixe de compartilhar com os seus amigos para que eles saibam como prevenir a doença!